A Educação de Jovens e Adultos no Brasil e a Influência de Paulo Freire

Bem vindo ao Blog de discussão sobre Paulo Freire e a EJA no Brasil.

Esse blog foi criado no contexto das aulas de Temas Fundamentais das Ciências da Educação do curso de Pedagogia Noturno na UFMG no primeiro semestre de 2010, com o objetivo de compreendermos a influência desse educador nas práticas educacionais de EJA no Brasil e no uso de tecnologias como recurso didático na EJA, particularmente na região metropolitana de Belo Horizonte.

Memória da Pedagogia


1- CULTURA DO SILÊNCIO

→ As reflexões de Freire sobre o que determinou a "cultura do silêncio", própria da imensa maioria dos camponeses analfabetos assentados nas áreas mais pobres do Brasil, contribuíram para desenvolver uma filosofia e um método para encontrar o sentido, a natureza, os propósitos e as identidades entre os oprimidos. Trata-se simplesmente da vital e sempre necessária unidade para a libertação, parte importante de sua teoria dialógica da ação;

→Caracteriza as condições pedagógicas ou socioculturais em que as pessoas eram submetidas, no sentido de tolher a palavra. Importante era cumprir ordens, apenas;

→O silêncio aqui enfatiza que o processo de dominação se efetua porque aos dominados é negado o direito de conquistar sua palavra, o direito de dizê-la. Negar a alguém a palavra é escamotear sua condição humana, o direito de ser.

Percebo a cultura do silêncio diante da educação bancária, também. Acreditando que apenas o professor é detentor do saber, ignora-se o conhecimento prévio do aluno, sua vivência.


2- A REINVENÇÃO DA ESCOLA

Freire defende a prática educativa como espaço de produção de conhecimento e para o fortalecimento da identidade crítico - reflexiva dos educadores.

A reinvenção da escola proposta por Paulo Freire tensiona sua transformação no sentido oposto ao neoliberal (neoliberalismo: compreendido como “a ideologia que dá sustentação ao processo material concreto da reestruturação produtiva sob a lógica da globalização excludente) – naturaliza-se as relações orientadas pela lógica do lucro e não das necessidades humanas (capitalismo) –

Freire argumenta sobre a possibilidade de se criar alternativas para superar a lógica elitista, classificatória e excludente que a orienta e reconstruí-la na perspectiva da educação popular, transformando-a num espaço de debate, de tomada de decisões, de construção do conhecimento, de sistematização de experiências.

→ a reinvenção da escola situa-se na perspectiva de sua democratização;

→ para uma reinvenção da escola:

- formação permanente dos educadores;

- educadores e educandos se reconheçam e sejam reconhecidos como produtores de conhecimento no exercício crítico, curioso e criativo da experiência de ensinar-aprender-pesquisar.

A reinvenção da escola se faz no sentido de educadores se capacitarem, atualizarem para melhor exercer seu trabalho educativo, formando cidadãos críticos, participativos e que caminhem no sentido de transformação da realidade a sua volta. Ao contrário da educação bancária.





Referência Bibliográfica:



Cf. Coleção Memória Pedagogica, nº 4: Paulo Freire: a utopia do saber, Editor Manuel da Costa Pinto. Rio de Janeiro: Ediouro; São Paulo: Segmento-Duetto, 2005.



(Publicado por Márcia Pascoal – Graduanda em Pedagogia UFMG)

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